Uma funcionária portadora do espectro autista do McDonald’s, na cidade de São Pedro D’Aldeia, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, denunciou uma d
Uma funcionária portadora do espectro autista do McDonald’s, na cidade de São Pedro D’Aldeia, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, denunciou uma das gerentes da loja por ter sido mordida durante o seu expediente de trabalho.
A vítima Ana Cláudia Prudencio Lessa, de 29 anos, afirmou em depoimento na delegacia que a mordida “aconteceu no braço esquerdo, no corredor de produtos/delivery”.
Um vídeo gravado por uma das câmeras internas da lanchonete mostra o momento em que a mordida teria ocorrido.
O caso foi em junho e a funcionária procurou a delegacia pouco mais de uma semana depois. Ela afirmou ainda, que não foi antes até a polícia porque levou o fato a outros gestores e estava até então esperando uma atitude da empresa.
Ana Cláudia também alegou que apesar do local ser monitorado por câmeras, as imagens não teriam sido mostradas a ela e que quando perguntou para a gerente o motivo dela ter feito aquilo, a mesma respondeu que “era uma brincadeira”.
A gerente que aparece na gravação é Mariana Cerdeira. Durante o seu depoimento ela negou ter mordido a funcionária autista. Ela também disse que no dia do fato estava “ensinando o trabalho para que a Ana Cláudia fosse promovida”.
A gerente do McDonald’s declarou ainda que “sabe que a funcionária possui histórico de autolesão, que chegou a presenciar no trabalho ela chegando com lesão aparente e sangrando na mão; que em outra ocasião, a Ana Cláudia chegou ao trabalho com cortes no antebraço e que já teve crises testemunhadas pelos colegas”.
O exame de corpo de delito aponta que a lesão no braço da funcionária autista foi provocada por uma ação contundente. E que há vestígio à integridade corporal ou à saúde da pessoa examinada.
Um laudo médico apresentado pela vítima, registra que ela está sob cuidados psiquiátricos, que a paciente apresenta dificuldades sociais, com hipersensilidade auditiva, irritabilidade quando a sua rotina não é respeitada, entre outros.
O documento atesta ainda, que a paciente não tem condições de exercer funções laborais por período de 180 dias, tampouco de ir até o ambiente de trabalho. O laudo também orienta que os seus direitos como pessoa com deficiência sejam garantidos como manda a lei. Ana Cláudia está, portanto, afastada das suas funções.
O caso foi registrado na delegacia da cidade de São Pedro D’Aldeia (125ª DP) como lesão corporal. No último dia 23 de setembro o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou a gerente da lanchonete também por lesão corporal e ainda solicitou o pagamento de indenização para funcionária autista.
A CNN procurou a rede McDonald’s que se posicionou informando que “A companhia reitera seu compromisso com um ambiente seguro, respeitoso, inclusivo e que repudia qualquer tipo de violência, tendo adotado todas as medidas cabíveis”. A empresa também reforçou que “oferece apoio à colaboradora e que está acompanhando cuidadosamente o caso.”
Nós entramos em contato com a defesa de Ana Cláudia Prudencio Lessa e ainda não tivemos um retorno e a gerente envolvida no caso, Mariana Cerdeira, também ainda não nos deu uma resposta.
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