Brasil já extinguiu mais de 400 focos de incêndio, diz Marina Silva à CNN

Em entrevista à CNN Brasil, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, revelou que o país já conseguiu extinguir mais de 400 focos de incêndio. A declaração vem em meio a uma crise de queimadas que assola diversas regiões do Brasil.

Marina Silva destacou a complexidade da situação, apontando para uma combinação de fatores que agravam o cenário. “Você tem uma ação que vem sendo planejada, vem sendo ajustada a cada dia, a cada semana”, afirmou a ministra, ressaltando os esforços coordenados entre mais de 20 ministérios.

Condições climáticas extremas

A ministra enfatizou as condições climáticas adversas que contribuem para a propagação dos incêndios. “Você verifica que essa linha de fogo que está acontecendo, ela está acontecendo numa situação de uma matéria orgânica totalmente ressequida a ponto de combustão num ambiente de temperatura alta com baixa umidade”, explicou Silva. Em alguns locais, a umidade relativa do ar chega a 7%, índice inferior ao registrado no deserto do Saara.

Além disso, ventos de até 70 km/h, com casos raros chegando a 100 km/h, intensificam a propagação das chamas. A ministra também denunciou ações criminosas, com pessoas ateando fogo em várias regiões do país, mesmo com a proibição total em vigor.

Panorama nacional das queimadas

Marina Silva apresentou um panorama alarmante da situação atual: “Nesse momento nós temos no Brasil 931 incêndios em todo o território nacional”. Desse total, 479 já foram extintos, 261 estão em combate, e mais de 100 ainda não receberam atenção, principalmente por estarem em áreas de difícil acesso.

A ministra alertou que 58% do território nacional está em situação de seca, com um terço dessa área enfrentando seca extrema. “Quem usa fogo está fazendo uma ação criminosa”, enfatizou Silva, lembrando da proibição total do uso de fogo em vigor no país.

O governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente, tem intensificado as ações de prevenção e combate desde o início de 2023. Isso inclui a rearticulação do SIMAM (Centro de Monitoramento e Operações) e a implementação de políticas nacionais de combate ao desmatamento e aos incêndios florestais.