A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo, nesta quarta-feira (16), de críticas da oposição e integrantes da bancada ruralista na Comissão
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo, nesta quarta-feira (16), de críticas da oposição e integrantes da bancada ruralista na Comissão de Agricultura da Câmara.
Ao final da reunião, o presidente do colegiado, deputado Evair de Melo (PP-ES), declarou que a ministra não sabia fazer “autocrítica” e tinha comportamento de “vitimização”. Segundo ele, a ministra fez uma “retórica de militância” e não respondeu as perguntas de forma objetiva.
“Tem que dar parabéns para quem a treinou. Esse treinamento, isso no mundo empresarial… Até esse adestramento para ter essa postura”, afirmou Evair.
A ministra respondeu: “Adestramento é o quê? Quem é que é adestrado?”. Ele respondeu: “Todos nós”.
Em seguida, Marina continuou: “Tenha santa paciência. O senhor não vai me dizer que sou uma pessoa adestrada”.
Interrupções
Durante a reunião, a ministra reclamou de interrupções e ofensas dos deputados. Ela afirmou que Evair tinha dificuldade de conduzir os trabalhos da comissão após os deputados extrapolarem os tempos de fala e fazerem declarações de tom ofensivo.
A ministra também criticou o que chamou de “papinho de ambientalista de conveniência, que nunca fez nada pelo meio ambiente” e o discurso de “lacração” dos parlamentares. Ela chegou a dizer que faria um “esforço muito grande para harmonizar” a sua fala “em um contexto tão difícil”.
“Eu vim preparada, eu sabia que ia ser nesse nível o debate como foi posto”, declarou a ministra em entrevista após a reunião.
Obviamente que não são todos. Existem aqueles que podem até divergir — pelo menos identifiquei um ou dois, que faz o seu posicionamento, mas com a manutenção da postura do que é o Parlamento brasileiro. E existem aqueles que vêm aqui para fazer ofensas, para fazer acusação e, sobretudo, projeções
Marina Silva
Marina destacou ainda, na entrevista, que o governo federal aumentou em 31% o orçamento das ações de fiscalização e combate a incêndios.
Segundo ela, o governo federal estuda medidas para implementar uma estratégia nacional de enfrentamento a eventos climáticos extremos, bem como um conselho nacional de segurança climática.
Mais embate
Em outro bate-boca na sessão, a deputada Julia Zanatta (PL-SC) sugeriu que a ministra pedisse demissão do cargo. “O povo brasileiro, ministra, está vendo que a senhora é boa de discurso, mas ruim de prática. O povo brasileiro a acha incompetente para gerir as questões em relação aos problemas das queimadas no Brasil. E talvez a senhora devesse fazer igual fez em 2008, quando pediu demissão do governo do PT”, disse Zanatta.
A parlamentar também questionou se Marina era “capacho de ONGs”. A ministra disse ter se sentido ofendida com a fala e rebateu:
“Capacho é quem faz discurso de encomenda, para fazer lacração. Mesmo conhecendo a biografia de uma pessoa, faz discurso de encomenda para fazer lacração”, disse a ministra.
Eu sou uma pessoa que penso por mim mesma. Capacho é quem vem aqui com falinha mansa fazer acusação inverídica. Isso é ser capacho. Capacho da falta de consciência
Marina Silva
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