Kaue do Amaral Coelho, identificado pela Polícia Civil como o olheiro do PCC, suspeito de avisar sobre a chegada de Vinícius Gritzbach ao Aeroporto
Kaue do Amaral Coelho, identificado pela Polícia Civil como o olheiro do PCC, suspeito de avisar sobre a chegada de Vinícius Gritzbach ao Aeroporto de Guarulhos, antes da execução, em 8 de novembro, já tentou a carreira de jogador de futebol, chegou a ficar preventivamente preso por porte de drogas e, segundo testemunhas, se tornou um frequentador assíduo da igreja nos últimos tempos.
O suspeito revelou em depoimento sobre um processo que o condenou a medidas socioeducativas pelo porte de drogas que os carimbos encontrados em seu passaporte vencido eram lembranças de sua carreira como jogador de futebol. Ele afirmou ter jogado em países como Portugal, Espanha, Finlândia e Suécia. No entanto, sua trajetória foi interrompida entre 2017 e 2018 devido a uma lesão no joelho.
Com a interrupção da carreira esportiva, Kaue teria passado a frequentar festas eletrônicas, onde começou o uso de drogas sintéticas. De acordo com o processo judicial, ele consumia altas doses de comprimidos ecstasy, chegando a usar até 50 unidades em um único final de semana.
Um trecho do processo destaca o uso exagerado: “Estava viciado e consumia até em dias normais e não só em festas. Na semana usava grande quantidade de comprimidos. Chegava a usar de quarenta a cinquenta comprimidos em um final de semana”, diz o documento.
Prisão por porte de drogas
Em agosto de 2022, Kaue foi preso em uma abordagem da Polícia Militar, que tentava flagrar motos irregulares que transitavam na Zona Norte de São Paulo. Com ele, foram encontrados 1.009 comprimidos de MDA, conhecido como “bala”. Testemunhas ouvidas durante o processo descreveram Kaue como um consumidor assíduo, mas negaram seu envolvimento com o tráfico.
O juiz Marcus Alexandre Manhães Bastos concluiu que as drogas eram para uso pessoal, aplicando medidas socioeducativas ao invés de condená-lo por tráfico. Durante o tempo que passou detido, Kaue ficou 55 dias no Centro de Detenção Provisória I, em Pinheiros.
Após sua libertação, Kaue teria buscado a religião e largado as drogas, tornando-se frequentador assíduo de uma igreja em sua comunidade. A pastora local confirmou sua presença regular nos cultos.
Envolvimento com o PCC
Apesar de não haver menções ao PCC nos documentos do processo judicial sobre a única prisão do suspeito, para a polícia, Kaue estaria envolvido na morte do homem que delatou um suposto conluio entre a polícia de São Paulo e o crime organizado. Segundo as investigações, ele teria repassado informações sobre a localização da vítima, colaborando com o crime.
Kaue segue foragido, enquanto a Força-Tarefa que investiga o caso diz ter a convicção da participação do crime organizado na morte de Gritzbach e que não descarta o envolvimento de policiais.
O Governo de São Paulo pagará uma recompensa de até R$ 50 mil reais por informações.
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