A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quarta-feira (16) que o governo federal estuda medidas para implementar um
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quarta-feira (16) que o governo federal estuda medidas para implementar uma estratégia nacional de enfrentamento a eventos climáticos extremos, bem como um conselho nacional de segurança climática.
Segundo a ministra, a estratégia é complexa, pois pressupõe a criação de um “novo paradigma” com foco na prevenção de desastres.
A declaração foi dada em depoimento na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, onde a ministra foi convidada a dar esclarecimentos sobre as queimadas que atingiram todo o Brasil.
De acordo com Marina, é necessário pensar na governança contra as mudanças climáticas como um “sistema” organizado no plano federal, estadual e municipal.
“Em primeiro lugar, vem a ideia de uma estratégia nacional. Em segundo lugar, a figura jurídica da emergência climática, uma autoridade nacional para o enfrentamento da mudança climática”, disse.
A ministra defendeu ainda a importância de um conselho técnico-científico capaz de fazer a integração de dados de institutos ambientais e, assim, dar suporte e orientação ao governo federal, aos estados e a empresas sobre como lidar com realidade das mudanças climáticas e se adaptar a elas.
“Essa governança está em debate e sendo aperfeiçoada para melhor, espero que a gente possa ter algo inédito”, afirmou.
Em setembro, a ministra disse que o governo já elaborou a primeira versão de um plano de atuação para a Autoridade Climática, que deve ser criada a partir de uma medida provisória, mas não detalhou o documento.
A nova estrutura foi um compromisso assumido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda durante a campanha eleitoral.
Eventos extremos
A ministra afirmou nesta quarta-feira (16) que cerca de 1.942 municípios foram afetados por eventos climáticos extremos em 2024. Segundo ela, somente o Rio Grande do Sul não foi atingido por seca drástica. O estado, porém, sofreu com grandes enchentes.
Marina afirmou que há cientistas que já consideram improvável que a situação atual de mudança do clima e da temperatura da terra e dos oceanos tenham uma regressão.
“O que indica é que não haja mais um processo de regredir isso que já alcançamos. Se isso acontecer, é possível que o que era normal não aconteça mais, o extremo passe a ser o normal e o que vai ser o novo extremo, nós ainda não sabemos”, afirmou.
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