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Projeto encerra edição na Ilha de Maré e aproxima jovens da literatura e cultura quilombola – Secretaria de Comunicação

Foto: Lucas Moura/ Secom PMS O projeto “As Literaturas que Flutuam”, realizado em Ilha de Maré, encerrou sua programação na últ

Foto: Lucas Moura/ Secom PMS

O projeto “As Literaturas que Flutuam”, realizado em Ilha de Maré, encerrou sua programação na última sexta-feira (25), após uma série de atividades que ocorreram anteriormente nos dias 1º, 8 e 21 deste mês. Com apoio da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Educação (Smed), a iniciativa levou a literatura a estudantes de escolas municipais das comunidades de Botelho, Bananeiras e Nossa Senhora de Fátima, conectando o público infantojuvenil com escritores, poetas e contadores de histórias.

Idealizado pela pedagoga Gene de Jesus, que atua em projetos literários na rede municipal de Salvador desde 2000, o projeto teve sua primeira edição em 2023, abrangendo cinco unidades de ensino da Ilha de Maré: as escolas municipais de Bananeira, Claudemira, de Botelho, de Ilha de Maré e Nossa Senhora de Fátima. Neste ano, a Escola Municipal de Santana passou a integrar a iniciativa.

Vice-diretora da Escola Municipal de Bananeira, Gene de Jesus mencionou a relevância de aproximar os jovens da literatura, especialmente das tradições quilombolas. “As poesias e literaturas que atravessam as comunidades quilombolas foram o nosso foco deste ano. Estamos na segunda edição, e é maravilhoso ver o brilho e o envolvimento nos olhos dos jovens”, contou.

“É comum dizer que jovem não gosta de ler ou de literatura, mas, quando a literatura é apresentada de uma forma que corresponde aos interesses, anseios, e às realidades deles, e trazemos escritores próximos, que mostram que eles também podem escrever e publicar, isso gera muita motivação e incentivo para o projeto. Isso nos anima a continuar com o projeto”, acrescentou a coordenadora do projeto.

A escritora Luana Ribeiro, autora do livro Ela é Poesia e convidada especial do evento, ressaltou a importância do projeto para os alunos da Ilha de Maré. “Resido em Santo Antônio de Jesus e vim especialmente para este momento, que está sendo um enorme prazer. Falar sobre literatura me emociona, pois acredito muito no poder transformador da leitura e da escrita na vida das pessoas. Trazer isso para alunos da Ilha, que muitas vezes têm acesso limitado à informação, é muito significativo”, disse.

“Parabenizo a vice-diretora e organizadora do projeto pelo incentivo à literatura na Ilha de Maré, por convidar autores para compartilhar esse momento tão enriquecedor com os alunos. É um momento que transforma; os alunos saem daqui com outra visão, percebendo que também podem escrever e entender o quanto a leitura pode impactar suas vidas”, completou Luana.

Participando também como mediadora, a professora Alcione Sacramento enfatizou a inclusão dos quadrinhos como porta de entrada para a literatura clássica. “Sou estudiosa dos quadrinhos. Na minha dissertação de mestrado, pesquisei histórias em quadrinhos, especialmente adaptações de clássicos da literatura de autores canônicos, como Machado de Assis. Falo sobre o romance Dom Casmurro, que foi adaptado para duas obras em quadrinhos, onde os autores combinam literatura com imagens e textos. Venho mostrar aos jovens que, mesmo que possam achar os clássicos difíceis ou escritos em uma linguagem rebuscada, há adaptações que facilitam o acesso a essas obras importantes da literatura brasileira”, declarou.

Aprendizado – Entre os alunos que participaram das atividades, Alecssandro da Costa Assis, de 13 anos, estudante da Escola Municipal de Bananeira, falou sobre a experiência por ter participado da iniciativa. “Estava muito animado e ansioso para participar do evento. Estou achando tudo muito legal. Já passei por várias etapas e aprendi muita coisa com o projeto”, afirmou.

A estudante Maikele Ramos, da Escola Municipal de Ilha de Maré, participou pela segunda vez. “Já havia participado do projeto no ano passado. Eu acho muito bom e dinâmico participar do projeto. Aprendi um pouco sobre poesia e gostei muito dos livros e das dinâmicas que foram feitas. É um aprendizado diferente, ao ar livre, melhor do que ficar na sala de aula toda semana”, pontuou.

Para João Paulo Xavier dos Santos, da mesma escola, o projeto trouxe novas perspectivas. “Estou achando o projeto muito bom. Aprendi bastante sobre poesia. Gostei muito desse passeio de barco com poesia, foi divertido e legal. Essa troca de aprendizado com outras escolas também é ótima, porque ajuda nos estudos e no aprendizado, além de nos fazer conhecer coisas e lugares diferentes”, relatou o aluno.

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