Uma manifestação de estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) culminou em um confronto violento com seguranças no campus Maracan
Uma manifestação de estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) culminou em um confronto violento com seguranças no campus Maracanã, na zona norte da cidade. O protesto, que já dura desde julho com a ocupação do prédio da reitoria, escalou para cenas de quebra-quebra e empurra-empurra na quinta-feira. A informação é de Pedro Duran.
A tensão teve origem em mudanças administrativas que afetaram a concessão de bolsas de estudo. Segundo informações, a universidade implementou um Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA) que reduziu o número de beneficiários e o teto de renda para elegibilidade, além de cortar auxílios refeição em campi sem restaurantes universitários.
Na noite de quarta para quinta-feira, a situação se agravou com a colocação de bancos de madeira para bloquear as entradas da universidade.
As imagens mostram confrontos físicos entre seguranças da instituição, apelidados de “capas pretas” pelos estudantes, e os manifestantes.
A UERJ chegou a suspender as atividades devido à impossibilidade de acesso às instalações.
Os estudantes e funcionários alinhados ao movimento afirmam que não recuarão enquanto o ato que alterou a forma de obtenção de benefícios não for revogado. Por outro lado, a reitoria alega que todas as tentativas de negociação até o momento foram infrutíferas.
Impacto na comunidade acadêmica
O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Wilson Moraes, lamentou os acontecimentos, ressaltando o impacto no dia a dia dos alunos não envolvidos diretamente no protesto.
Contudo, os manifestantes argumentam que, se as mudanças não forem revertidas, os estudantes mais vulneráveis serão duramente prejudicados.
A situação reflete a complexidade do cenário financeiro do Estado do Rio de Janeiro, que enfrenta dificuldades econômicas e está sob regime de recuperação fiscal. Defensores da educação e ciência contestam que os cortes não deveriam atingir áreas tão essenciais para o desenvolvimento do estado e do país.
As negociações entre a reitoria e os estudantes permanecem estagnadas, enquanto a ocupação do prédio da reitoria continua.
A comunidade acadêmica aguarda uma resolução que possa atender às demandas dos estudantes sem comprometer a sustentabilidade financeira da instituição.
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